Amigos

“Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. (...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero o meu avesso. (...) Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. (...) Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."
Oscar Wilde

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sábado, 26 de junho de 2010

Quando a fase cor de rosa vai embora

Era uma vez uma menina que brincava de roda e ninava suas bonecas, usava aquele vestidinho rosa que você escolheu e laço no cabelo, adorava colocar o batom e os sapatos da mamãe, gostava de ouvir histórias e pintar de aquarela... Um belo dia aquela menininha que ficava em casa ou na pracinha brincando no escorrega e "sujando" sua roupa de terra, passa horas falando com os amigos pelo msn e orkut e ouvindo músicas barulhentas no último volume, escolhe suas próprias roupas e ainda bate a porta do quarto na sua cara quando você tenta explicar que é tarde para estar na internet e cedo para sair de casa sozinha. Nesse dia você percebe que aquela garotinha ingênua e tímida cresceu, está se tornando gente "quase grande", é agora uma pré-adolescente, e esta fase pode ser tão complicada para ela quanto para a família, para a escola e para todas as pessoas que convivem com essa transformação natural. A forma de pensar e se relacionar com o mundo será diferente, assim como os desejos, os sonhos e os interesses, ela deixa de ser criança para ser algo novo, desconhecido, se desprende da infância e começa a construir uma nova identidade criando muitas fantasias e expectativas em torno dessa nova fase. Aquele velho ritual de beijos, abraços e carinho dado pelos pais pode ser recusado, por ser interpretado como uma volta a infância, e agora o que ela menos quer é essa volta... Nesse momento precisamos nos munir de doses extras de paciência e compreensão para enfrentar tudo isso com nossos filhos. E ainda aceitar que aquela menininha de vestido rosa e de olhos brilhantes e sorridentes não quer mais ser "amassada" o tempo todo...

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