Amigos

“Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. (...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero o meu avesso. (...) Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. (...) Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."
Oscar Wilde

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Silêncio no Haiti

Acredito que hoje todas as pessoas estão acompanhando o drama que assola o povo haitiano...
Não lembro de tantas "tragédias" ocorridas no início de um ano... É enchente no Rio Grande do Sul e São Paulo, desabamentos de terra no Rio, inverno rigoroso na Europa...e o terremoto no Haiti. Todos esses acontecimentos nos mostram que além das guerras, dos acidentes de trânsito, das invasões "no morro", tráfico, desmatamento, falta de consciência e toda forma de "destruíção" provocadas pelo homem, refletem não apenas no Sul, mas no Norte e em cada canto do mundo...

No dia 12 de janeiro o terremoto ocorrido no Haiti levou com ele milhares de vidas, outros milhares de órfãos estão sem expectativas de futuro e outras milhares de famílias estão desapoiadas... Em meio aos milhares de haitianos que perderam suas vidas estão brasileiros, brasileiros que dedicaram sua vida e trabalho promovendo a generosidade. Brasileiros como Zilda Arns Neumann, que viu na educação a possibilidade de combater doenças e a marginalidade infantil, levando a solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania, para as comunidades mais carentes, criando condições e escolhas e possibilitando a esses individuos a se tornarem protagonistas de sua própria transformação social.

Li no blog da Andréa Blois uma frase que evidencia qualquer ato de benevolência: "O legado de Zilda Arns está aí estampado no sorriso de cada criança que ela, contrariando a ordem da história, ajudou a crescer. O Céu hoje ficou mais generoso", então, vamos nós, contrariar a ordem da história e promover muitos outros sorrisos...

(...) Sabemos que a força propulsora da transformação social está na prática do maior de todos os mandamentos da Lei de Deus: o Amor, expressado na solidariedade fraterna, capaz de mover montanhas."Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos" significa trabalhar pela inclusão social, fruto da Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos em favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam. Somar esforços para alcançar os objetivos, servir com humildade e misericórdia, sem perder a própria identidade.
Cremos que esta transformação social exige um investimento máximo de esforços para o desenvolvimento integral das crianças. Este desenvolvimento começa quanto a criança se encontra ainda no ventre sagrado da sua mãe. As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceitos que as crianças.

Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los.

Trechos do último discurso de Zilda Arns proferido no Haiti no dia 12 de janeiro de 2010.(original em espanhol)



E citando Dom Paulo Evaristo Arns,
"NÃO É HORA DE PERDER A ESPERANÇA".

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